Alarguidez da alma.
Não há mais vento
nem sabor de tempo
o que era já não sou mais
por um vago, um espaço
medalhas que levam minhas honras
merecem elogios
a mim me resta eu
me restou de ser
meu porco sabor de amanhã
frio, torpe, sórdido, só
ali foi sem avisar
passou lentamente olhando-me
fitando minha face nua
impuramente vazia de silêncio
entupidamente cheia de vazio
loucamente modelada sem molde feliz
espaçadamente com espaços infelizes de felicidade.
Lucas Santana.
13 de março de 2010
23:55