sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pelistópla

Por onde germina orvalho
do teu sabor de mulher
quem te fez assim?
para olhar-me desconcertante
para olhos tão distantes
como os meus
Tortura!
Injusta são as curvas
que me separam das tuas
perante meu desejo
padecem minhas lembranças
dos lábios teus
Não ei de topar-te em destinos
em fervura se sangue corrente
brandura de pele suave
nem almas latentes
pelo prazer da carne
pecado.

Lucas Santana
21 de agosto de 2010
21:25

Dominadora

Dona Solidão, sedutora como o mar
que nos rouba o tempo a fita-lo
Perco horas com ela
ficamos sós quase sempre
eu calado e ela a olhar-me
Ela se veste, as vezes
espalha roupas pela casa
deixa os pratos sujos
e segura-me na cama até as dez
não apronta o almoço e leva-me
para almoçar no balcão da padaria
Não larga-me por nada.
Segura em minha mão e
joga-me na cama novamente
faz tanto que chego a dormir
estou amarrado a ela
ou ela amarrou-se em mim?
sei lá...
só sei que ela não quer o divórcio
e sempre joga um charme
veste uma renda bordada de silêncio
conquista-me novamente,
tranca a porta
e não me deixa conhecer
o mundo que existe
longe do teu prazer.

Lucas Santana
28 de Agosto de 2010
00:59