segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Alto do Morro Feliz


Desço escorregando em minhas lágrimas
tentando não olhar para trás
e ver a fachada bonita que pintamos no verão passado
já um pouco desbotada, mas ainda feliz
Vai ficando para trás não apenas uma casa bonita
sorrisos vão ficando, abraços, olhares e planos
pareço peça solta dum motor,
não serve pra mais nada
pouco a pouco ela vai ficando pequena
e quase não vejo mais quem a construiu comigo
numa noite de tempestade
o lar mais aconchegante do mundo
lar onde repousei meus sonhos
e cultivei numa horta ao fundo
pés de felicidade que floresciam todo o ano
agora ao longe, não tenho mais deste fruto para comer
alimento-me das lembranças boas
hidratando meu corpo com a rotatividade das lágrimas
... nem poderei fazer uma visita para tomar um café...
e aquele monte vai desmontando-me em montes de saudade
não sei... acho que fui falho,... talvez...
mas não serei feliz sem a vista que tinha
todas as tardes e manhãs lá do alto
ao teu lado.

Lucas Santana
18 de outubro de 2010

3 comentários:

  1. Oi Lucas! Vim conferir seu trabalho aqui no blog!
    Nossa, textos carregados de vida e emoção!
    Te admiro mais ainda por isto, pela capacidade de transpor para as palavras sentimentos dos mais diversos...
    Lindo, lindo!

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  2. Todos os seres são falhos... mas sei bem o que você quer dizer. É uma dor maior que os picos mais altos de felicidade, onde as lembranças são anestésicos randômicos de pouca durabilidade.

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  3. Luuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!
    Primeiro... Saudadeeeeee desse seu abraço infinito!!!!

    E seus poemas... profundos e tão amigos do nosso peito!

    Adoro demais!

    Te amo guerreiro, e nao te esqueço jamais!

    beijo grande!

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