terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sem saber por que

Que falta me faz um violão
gritando por entre a madrugada
todas aquelas minhas vontades
sonhos e ilusões
sem ele, fica tudo em silêncio
e as tintas invadem tela a tela
expressando o som da loucura das minhas veias
que pulsam por algo hipoteticamente irreal
estranho que sinto além do que posso
viajo além das estradas
e me alegro mesmo sem respostas
talvez seja essa a minha forma de viver
forma iludida, ilusória, irrisória para alguns
mas assim que me faço
me despedaço em versos de tinta
em notas erradas e mal dedilhadas
e sopros suaves numa gaita desafinada
poucos me vêem de fato como sou
outros poucos tentam enxergar o que querem
enxergo o que nem vejo
sinto quem não jamais tocou-me o rosto
sorriu com a felicidade alheia que comigo não foi compartilhada
e agora, tento desabafar em letras e palavras simples
um sentimento tão grande quanto eu
talvez seja uma fuga dos sonhos
talvez a inquietude do acaso
o mesmo a fantasia que crio dia a dia.


Lucas Santana
01 de novembro de 2011
23:15

sábado, 30 de julho de 2011

Prelúdio Escuro

Agora?
Não,... Agora não irei mais!
Enganei-me com o que tu não sentes.
E pedi refugio aquela velha caverna
E ela me acolheu.
Recebeu-me com muita escuridão
E muito frio
Foi uma recepção marcante
Muito celebre por sinal.
Ela teve o maior zelo com meus sentimentos
Congelou-me para não sentir frio
Nem calores de amor
Apagou-me para não ver brilho em falsos olhares
Tornou-me escuro. Imperceptível a sentimentos torpes
Em fim,... foi minha amiga.
Ali só eu não me via
Tocar-me, era quase que pecado
Chorar, era semear ervas daninhas
Por isso tornei-me forte
Insólito, cego e mudo
Tornei-me perfeito
Capaz de compreender qualquer ser humano.

Lucas Santana

Aprendiz

Hoje sei que ideologias não vencem batalhas,
Que fidelidade existe para consigo mesmo,
Que egoísmo na dosagem certa é necessário,
Que não somos sábios, somos condutores duma sabedoria suprema,
Que a amizade consiste em viver as diferenças sem indiferença,
Que a esperança permanece viva enquanto estamos dispostos a viver um novo amanhecer,
Que os inimigos sempre são mais verdadeiros que os falsos companheiros,
Que a hipocrisia está dominando os corações e apagando o sentido do “eu te amo”,
Que não posso viver sem sentir,
sem chorar,
sem gritar,
sem o nascer do sol,
sem justiça,
sem paz
e principalmente sem professar princípios de vida e de fé.

Lucas Santana

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Amável

O compasso do coração
remonta em nós, cenários remotos
pontos de uma circunferência confusa
por onde já passamos várias vezes
nos faz ver quem já esteve com nós
Pessoas que foram presentes em um passado
já amadas, já sentidas
Amamos pouco a pouco nosso amor
amamos por querer amar
amamos por não amar também
parece, pode e é estranho, mas amamos mesmo sem amar
te amo. Já falamos isso várias vezes,
mas poucas delas foram verdadeiras
não sabemos ao certo quando amamos
amamos por momentos
amamos por vozes
por cores e sorrisos,
mas jamais amamos por amar,
pois o amor é amável por si só!

Lucas Santana
16 de fevereiro de 2011.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Alto do Morro Feliz


Desço escorregando em minhas lágrimas
tentando não olhar para trás
e ver a fachada bonita que pintamos no verão passado
já um pouco desbotada, mas ainda feliz
Vai ficando para trás não apenas uma casa bonita
sorrisos vão ficando, abraços, olhares e planos
pareço peça solta dum motor,
não serve pra mais nada
pouco a pouco ela vai ficando pequena
e quase não vejo mais quem a construiu comigo
numa noite de tempestade
o lar mais aconchegante do mundo
lar onde repousei meus sonhos
e cultivei numa horta ao fundo
pés de felicidade que floresciam todo o ano
agora ao longe, não tenho mais deste fruto para comer
alimento-me das lembranças boas
hidratando meu corpo com a rotatividade das lágrimas
... nem poderei fazer uma visita para tomar um café...
e aquele monte vai desmontando-me em montes de saudade
não sei... acho que fui falho,... talvez...
mas não serei feliz sem a vista que tinha
todas as tardes e manhãs lá do alto
ao teu lado.

Lucas Santana
18 de outubro de 2010

domingo, 17 de outubro de 2010

O nojo que chamam amor.

Corpos quentes, almas frias
rasgando aos dentes a utopia
que germinou do teu seio de mãe
convocas ao teu lar minha patente
torta, confusa e demente
por quão não sei cultivar
caimbras torturam dentes
cariados e dormentes
negros pelo sangue velho
que me deu
agora? agora, jamais nao há.
não ei de estar,tao pouco sentir
segue barco a dentro, por entre teu mar
contorna teu ponto, e atraca em tua ilha
onde só você sente amor
onde nao há ninguém além de ti
além do teu ódio e teu medo de ser feliz
frente ao desprezo que planta em mim
e que floresce cada vez que me chama
por meu nome.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pelistópla

Por onde germina orvalho
do teu sabor de mulher
quem te fez assim?
para olhar-me desconcertante
para olhos tão distantes
como os meus
Tortura!
Injusta são as curvas
que me separam das tuas
perante meu desejo
padecem minhas lembranças
dos lábios teus
Não ei de topar-te em destinos
em fervura se sangue corrente
brandura de pele suave
nem almas latentes
pelo prazer da carne
pecado.

Lucas Santana
21 de agosto de 2010
21:25